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Sex Pistols - Pretty Vacant

  • Foto do escritor: André X
    André X
  • 4 de set. de 2019
  • 2 min de leitura

O maior mito do rock n roll, que o Malcom McLaren conseguiu imprimir no grande público, foi aquele que enfatizava que os Sex Pistols não sabiam tocar. Lorota pura! Steve Jones era um talentoso guitarrista; Paul Cook sabia batucar num ritmo dançante e constante. Tanto que os dois acabaram tocando com o pessoal do Thin Lizzy - e o pessoal do Thin Lizzy nunca tocaria com músicos que só têm 3 acordes na bagagem. John Lydon, ou Rotten, depende da época, tem um estilo próprio e, se você checar os últimos dois discos do PiL, tá cantando muito (teve aulas?). Glen Matlock, o primeiro baixista, toca guitarra e baixo e, ainda, compõe. A maior parte das músicas do Never Mind the Bollocks é dele, assim como muitas das letras, pasmem!


Meu single favorito dos Pistols é o Pretty Vacant – totalmente escrito, composto e versado pelo Matlock. Ele diz que se inspirou na música SOS, do Abba, para fazer a melodia. Matlock era fã do pop. Dissecava Beatles, Stones e Abba, pelo visto, para compor suas músicas. Foi expulso da banda por causa disso e eles nunca compuseram nada que prestasse depois disso. Depois entrou o Sid Vicious. Este sim, não tocava nada. Os outros não queriam nem que ele comparecesse ao estúdio quando gravavam. Quem tocou os baixos foi o Steve Jones.



O termo Pretty Vacant foi tirado de um flyer da banda do Richard Hell que o McLaren trouxe de Nova York, em 1976, onde estava escrito Blank Generation. Blank (em branco) é sinônimo de Vacant (vazio). Acho o riff inicial de guitarra foda! Bem complexo para alguém sobre quem alardeavam não tocar nada. A entrada da batera é muito poderosa. Queria um dia samplear só ela, o Paul Cook nesse groove quase tribal. Em cima disso, o Rotten interpreta maravilhosamente bem, marcando uma época, as letras escritas pelo Matlock.



Se pegar a letra toda e sintetizar numa frase, seria “não estamos nem aí!”. Adoro a parte que pedem para a imprensa parar com os comentários clichês, tipo fogo amigo em notícia favorável. Muito punk.



Jamie Reid, o designer de toda arte dos Pistols, fez uma capa brilhante, sintetizando bem, numa moldura vazia, a música e o niilismo que motivava a banda. Na contracapa, os dois ônibus, um indo para lugar nenhum (nowhere) e outro para o tédio (boredom) é uma das minhas favoritas. Sempre anoto de comprar uma camisa com essa estampa e esqueço (fica a dica de presente no meu aniversário!).


No lado B, um dos melhores covers de No Fun, dos Stooges. John Lydon odivava esse tipo de som. Ouvia reggae, krautrock e uns progressivos malucos. Depois, se apaixonou pelo disco underground. Não tinha paciência para o que chamava de derivativos de Chuck Berry. No entanto, ela manda muito bem, especialmente aquele improviso inicial, dando uma de Caetano Veloso com a invenção do termo fuckology.

Um clássico esse disquinho!



 
 
 

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