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Rezillos - I Can't Stand My Baby

  • Foto do escritor: André X
    André X
  • 25 de abr. de 2018
  • 2 min de leitura

Acima de ser uma voz de uma juventude entediada e não valorizada; acima de ser um veículo para vocifera a politização definitiva do rock n roll; acima de ser um chamado para o faça-você-mesmo, não siga regras, pense fora do quadrado – o punk era sobre diversão. Tudo bem que nem todos entendiam onde estava a graça, mas que era uma época divertida, era. Impossível não ler as letras do Johnny Rotten e não dar um sorrisinho com o cinismo humorado. E Ramones? Uma banda caricatura deles mesmo.


Mas tinha outra categoria no quesito humor punk: aqueles que incorporaram a piada no seu estilo de vida, dando um dedo do meio para os padrões vigentes, para o bom gosto, vivendo uma vida louca. Num lado do Atlântico, os Cramps. No outro, vindo do coração da Escócia, os Rezillos. Inspirados em filmes-Bs, rock de garagem dos anos 60s e o pior do glam rock, chegam à cena em 1977 com um compacto no selo independente Sensible Records (nada a ver com o Captain Sensible, do Damned). Um sete polegadas com dois lados As, bem marcado na capa como “dois lados As, o dobro do valor!”.



Liderados pelo sócia meia-boca do Elvis, o Eugene Reynolds, com a Fay Fife, levaram o septeto (sim, tinham 7 membros!) ao centro do punk, cantando sobre porradas, discos voadores, esculturas mal feitas e motocicletas. Música para cima, sempre pontuada pelo contraste dos dois vocais. Muita cores chocantes, rosa, verdes, amarelos e azuis, com uma energia para poucos.


O legal do punk era que você via uma banda no palco e sentia que podia montar uma banda e fazer o que eles estavam fazendo. Mas vá tentar ser um Ramones – não é a toa que só tem um. Rezillos viram Pistols, ouviram Ramones e foram lá e fizeram algo tão legal, mas no seu próprio estilo.



O primeiro lado A é a original I Can’t Stand My Baby, uma canção niilista, mas com aquele toque de absurdo e maluquice que você quer sorrir, dançar e bater a cabeça.




No outro, também lado A, um cover dos Beatles. Isso, em 1977, quando os velhos roqueiros eram vistos como démodé, era uma jogada arriscada. Mas eles pegam essa velha canção e dão um toque moderno, um upbeat muito legal.



Como baixista, sempre curti o jeito de mixar o baixo nas músicas dos Rezillos. William Mysterious era um baixista de mão cheia. Chegou a ser elogiado pelo pessoal do Dinosaur Jr., citando ele como inspiração.


O guitarrista, Jo Callis, quando os Rezillos acabaram, foi tocar com o Human League e é um dos compositores do mega hit Don’t You Want Me Baby.

 
 
 

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