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Rudi - Big Time

  • Foto do escritor: André X
    André X
  • 13 de mai. de 2018
  • 3 min de leitura

Rudi começou, em 1975, na Irlanda do Norte, como uma banda de cover de canções glam. Já aí, se destacavam do rock n roll padrão que rolava na época. Ponha em cima disso que tocavam de macacões que o baixista roubou do trabalho, todos sujos de óleo e rasgados, tinham uma imagem que se destacava. Quando o punk estourou, em 1977, foi natural a migração para músicas próprias, sendo uma das bandas da primeira onda da Irlanda do Norte.


Tinham uma ótima reputação ao vivo, pois já tinham anos de experiência. Ainda, usavam todo o conhecimento melódico do glam para, junto com a energia do punk, fazer umas canções empolgantes e perfeitas para ficar grudadas na cabeça durante dias. Tanto é que chamou a atenção do Terri Hooley, que os convidou para gravar o compacto de estreia de seu selo, Good Vibrations. (leia mais no post sobre o ep Room to Move, neste blog).



Devido à boa recepção por parte da mídia, os músico do Rudi resoveram se mudar para Londres, querendo estar mais perto da ação, no epicentro do punk e do pós-punk. Nos 1980s, no Brasil, a gente tinha que ir para São Paulo ou Rio de Janeiro. Não havia possibilidade de fazer sucesso longe das sedes das gravadoras. Para conseguirem morar na capital inglesa, fizeram como muitos jovens daquela época: foram morar num squat.


Squat é uma invasão de um prédio abandonado. As pessoas invadem, mudam a fechadura (isso é essencial, conforme a lei) e é muito difícil tirarem eles de lá. Era uma espécie de movimento, com forte aspecto social. Muitas comunidades anarquistas e punks foram formadas em squats, de Londres à Berlim. Joe Strummer morou anos num squat. Diferentemente das invasões que hoje acontecem no Brasil, os squaters tinham um organização própria, cada squat sendo um núcleo independente e com suas regras próprias.


Pois bem, o guitarrista e batera do Rudi moravam num squat no bairro Clapham, em Londres. Depois de processar toda a papelada, o dono do prédio conseguiu a ordem de despejo dos invasores. A polícia invadiu, desceu a porrada, viu que os dois eram da Irlanda do Norte, sem residência fixa na capital, e os deportaram de volta. Assim, Rudi retorna para casa e meio que some da cena.



O lado A contém o que o jornal the Observer descreveu, à época, como a canção mais perfeita que já saiu da Irlanda do Norte:Big Time. Eu concordo, uma baita composição. Punk, mas com uma pegada melódica que daria para qualquer rádio de rock tocar sem medo.



O lado B, mais na onda punk, temos Number One, acordes simples, energético, mas sem o apego do lado A. E pior que eles tinham outras canções bem melhores, acho que estavam querendo guardar para um lp.



Tem uma versão do single – a que eu tenho – que tem ainda uma terceira música, um lado B duplo. Essa é Overcome by Fumes, que eu acho uma obra prima. Deveria ter sido um lado A. Ouço muito essa canção quando quero sair de casa já com adrenalina e energia no corpo. Essa versão, aqui, com introdução do John Peel, para quem o Rudi gravou duas sessões na BBC.



O Jam, quando estourou, tinha um plano de lançar um selo, chamado Jamming! O Paul Weller era fã do Rudi, os convidou para abrir a turnê da promoção do disco Transglobal Unity Express, em 1982 e, ao final, de ser a primeira banda do selo. Isso nunca ocorreu, pois o Jam terminou e o selo nunca decolou. Rudi tem um azar danado!

 
 
 

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