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Stiff Little Fingers - Alternative Ulster

  • Foto do escritor: André X
    André X
  • 23 de mai. de 2018
  • 2 min de leitura

Com a escalada da violência na Irlanda do Norte, nos anos 1970s, o território da Grã Bretanha se tornou um pesadelo para os jovens. Além de uma economia destruída, um estado de sítio que limitava os direitos básicos de ir e vir, os jovens enfrentavam a falta de emprego e a falta do que fazer. Quebrado e entediado, era assim que se descreviam.


Num ambiente hostil, principalmente para adolescentes, e adverso à cultura, a mensagem do punk ecoou forte. Já leram neste blog sobre o selo Positive Vibrations, das várias bandas que lançaram, incluindo os Undertones. Mas a banda que realmente incorpora o espírito da época e retrata bem a Irlanda é o Stiff Little Fingers. Fãs de T-Rex, não foi difícil migrarem para o punk (ainda por que o Marc Bolan era fã do Damned, que levou em turnê).


O nome vem de uma música dos Vibrators. A formação da banda incluía protestantes e católicos, demonstrando que o punk une, não divide. Interessante que eles nunca revelaram quem era de qual religião – não existia Google na época e ninguém realmente se importa. As letras eram um retrato político do que cercava e influenciava os jovens irlandeses. Misturam fatos da guerra, do terrorismo, da repressão com o dia-a-dia nas ruas de Belfast, pelo ponto de vista de um punk quebrado e entediado.



Alternative Ulster foi o segundo compacto do SLF. Originalmente gravado para ser distribuído de graça junto com uma revista do mesmo nome, foi lançado comercialmente pela Rough Trade em 1978. Um sopro de energia ao padrão repetitivo do punk que começava a tocar na Inglaterra. Essa canção foi outro ponto de convergência entre o pessoal de Brasília (e nosso ponto de quebra-de-gelo com os punks de São Paulo). Isso está retratado naquele “filme” Somos Tão Jovens.




Andar com um botton escrito “alternative ulter” na jaqueta quase me rendeu uma porrada quando morava na Inglaterra em 1978. Ulster é como os ingleses se referem à Irlanda do Norte e a maioria nem quer saber de uma alternativa para lá que não seja permanecer na Grã Bretanha. Os católicos também, nem cogitam uma alternativa que não seja se unir à Irlanda. Então, essa mensagem não era muito popular. Fui ameaçado pelos dois lados.


Interessante que a letra trata mais do tédio que existia em Belfast na época. Culpa diretamente os dois lados, que lutando por seus falso ideais, estragam a vida de todos. Soa familiar? Adoro a frase: ignore os chatos e suas leis.



No lado B, 78 Revolutions a Minute. Essa sim, uma música bem mais politizada, falando de revolução, de liberdade de expressão, do faça você mesmo na política.

Quando morava em Sheffield, gravei um K7 para o Alex Seabra, irmão do Philippe e inclui essa música. O Philippe ouviu e foi aí que viu a luz. Quando cheguei de volta ao Brasil, já era fã dos Stiff Little Fingers, o que levou a nos juntar e formar a Plebe.



 
 
 

1 Comment


Caio BVB
Caio BVB
May 30, 2018

"Alternative Ulster", um clássico. Acordei com essa música na cabeça, não sei porque!

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