The Akykykz
- André X
- 1 de jan. de 2018
- 2 min de leitura

Difícil acompanhar a efervescência de lançamentos no biênio 1978-1979. Tantos selos pequenos, montados somente para um único disco, selos médios e selos grandes colocando semanalmente sete polegadas no mercado, como separar o bom, do ruim? O significativo, do mediano? O talentoso, do copião? Um filtro bom era o programa do John Peel, que ia ao ar todas segundas a quintas na BBC 1. O cara conhecia seu metiê, e a gente tinha que ficar atento, pois raramente repetia algo.
Outro meio era frequentar as lojas de discos. Porque paralelamente aos lançamentos, começaram a surgir as distribuidoras independentes, possibilitando logisticamente que todas as lojinhas tivessem um estoque atualizado do que vinha acontecendo. E, finalmente, as grandes gravadoras, elas estavam ligadas e abocanhavam tudo que achavam interessante.

Mas voltando ao underground, 1979 teve o revival ska. Specials e Madness, ambos de gravadoras grandes, chegavam ao topo das paradas inglesas com Gangsters e The Prince, respectivamente. Mas o que estava borbulhando abaixo do radar? Um exemplo é a banda Akrylykz, com um lançamento no selo Red Rhino trazendo no lado A, Spyderman, e o divertido Smart Boy, no lado B. Ska de primeira, não perdendo em nada para os grupos recebendo o empurrão das grandes gravadoras.
Um destaque da banda, é que trazia o Roland Gift no saxofone e vocais. Ele depois ficaria famoso no Fine Young Cannibals e como ator.

O movimento ska do final dos 1970s, além de ser um convite para diversão, também tinha um lado social importante. Numa Grã Bretanha cada vez mais guinada à direita, jogando brancos contra pretos, ingleses contra imigrantes, ela se propunha a divulgar “uma agenda para mudança social, resultando em harmonia racial”, conforme seu porta voz Jerry Dammers, do Specials (an agenda for social change resulting in racial harmony). Nada melhor que a música para isso.

Lado A: Spyderman
Lado B: Smartboy
Comments