The Damned - Love Song
- André X
- 7 de set. de 2018
- 2 min de leitura
Em 1978, Brian James não aguentava mais a zona de seus companheiros de banda, e vice-versa. Ele tentou expressar isso, numa faixa do segundo disco do Damned, Music for Pleasure, onde cunhou a frase “gimme fun, not anarchy”! O fato é que eles foram expulsos do Anarchy Tour e o Captain, o Rat e o Dave queriam diversão E anarquia. James partiu e, anos depois, iria formar o Lords of the New Church, com o Stiv Bators, que tinha saído dos Dead Boys.

Captain Sensible imediatamente pulou para a guitarra, seu instrumento de preferência, e, para o baixo, chamaram o Lemmy, do Motorhead. Durante uns meses, tocaram como the Doomed, pois achavam que o nome original tinha complicações legais para resolver. Não tinha, e logo voltaram ao nome original. Mas o Lemmy tinha sua banda e não podia ficar dando essa força para sempre. Então, chamaram o Algy Ward, baixista australiano da banda the Saints, e o Damned entrou na sua fase mais produtiva e criativa.

Quando cheguei na Inglaterra, em meados de 1978, a expectativa do come-back do Damned era imensa. John Peel falava na rádio que tinha ouvido o material novo, o NME também soltava algumas notícias favoráveis. E tinha essa história da chancela do Lemmy. Finalmente, em abril de 1979, saiu o tão esperado single de retorno, no selo independente Chiswick. Quatro capas alternativas, cada uma com um membro da banda. Três músicas sensacionais e em vinil vermelho! Lembro que comprei três verões. Uma, mandei para o Fê (do Dave) e, outra, para o André Pretorious (do Rat Scabies). Fiquei com a do Captain Sensible. Como sempre, o baixista foi ignorado.



No lado A, o já clássico Love Song, com sua entrada de baixo fabulosa e aquele tsunami de guitarra e energia. Captain conta que, de uma hora para outra, se viu na cadeira de compositor da banda, responsável por trazer as ideias e canções para seus colegas trabalharem em cima. Deu um branco. Não conseguia produzir nada que prestasse. Então teve uma ideia. Pegou jingles de propagandas, gravou, tocou a fita ao contrário e, assim, se inspirou para escrever as músicas novas. Se aquelas musiquinhas de comerciais são pegajosas, fáceis de lembrar, servem de insumo para o Damned. E deu muito certo. Basta dizer que Love Song chegou na 20a posição nas paradas oficiais, premiando o Damned com uma aparição no Top of the Pops, geralmente reservado para bandinhas comercias e pop. Veja o vídeo.
A primeira do lado B é Noise, Noise, Noise, onde cutucam o Brian James, que não aguentou a barra. Eles cantam “noise is for heroes, music is for zeros”(barulho é de heróis, música é coisa de perdedores).
Finalizando, Suicide, letra típica do vampiro Vanian, viciado em filmes B e coisas sombrias. Sabiam que, antes do Damned, ele era coveiro? E assim, com grande estilo, o Damned entrou em sua segunda fase, a mais brilhante e divertida. Que legado!

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