The Out – Who is Innocent
- André X
- 5 de jan. de 2018
- 2 min de leitura
Tem aquele ditado que alega que inspiração é para amadores, profissionais usam método e transpiração. Mas na avalanche de compactos no biênio 78/79, o que me interessa é a inspiração. Método e transpiração eu deixo para os personal trainers e caixas de bando. Procuro, principalmente, a inspiração única e espontânea, aquela que incide sobre certas banda, gera uma obra prima e, depois, nunca mais dá as graças. Essa inspiração singular gerou uma penca de singles que são joias únicas, pérolas isoladas.
Um exemplo dessa categoria de inspirações ímpar e sui generis é o primeiro e único compacto do the Out no selo Rabid.
Rabid é um selo independente de Manchester, que tem como fundador um dos Martin Hannet, produtor responsável pelo som do Joy Division. Dizem que o Tony Wilson se baseou no Rabid Records para fazer seu selo, o Factory. E acabou levando o Martin Hannet como produtor (o que levou o Rabid a fechar).
Who is Innocente é um lado A raivoso, power pop, muito bem arranjado e com melodia chiclete de primeira. O trabalho da guitarra com o teclado é primoroso. No lado B, Linda's Just A Statue, igualmente cativante, com uma letra estranha.
O compacto é de 1979 e, quando saiu o Sultans of Swing, do Dire Straits*. Dizem que naquele trecho, que fala de um guitarrista chamado George, o Mark Knopfler estava homenagenado o George Borowski, guitarra do the Out, que é um figura, famoso gente boa, conhecido por todos na cena de Manchester na época. George tocava uma guitarra velha e era fera nos acordes, não nos solos.
Check out Guitar George, he knows all the chords
Mind, he's strictly rhythm, he doesn't want to make it cry or sing
Yes, and an old guitar is all he can afford
When he gets up under the lights to play his thing
E além de duas músicas maravilhosas, que nunca cansam, de ser o ápice e a única aparição da banda, o compacto ainda vem com uma capa muito bem bolada. Daquelas que você fica examinando durante toda duração da audição da música.


George Borowski, hoje em dia:
* essa é a única vez que vão me ver citar Dire Straits!
תגובות