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Young Marble Giants - Testcard EP

  • Foto do escritor: André X
    André X
  • 24 de fev. de 2018
  • 2 min de leitura

Num passado não muito distante, quando disco importados eram raros e a indústria nacional só lançava o que era estourado lá fora (com poucas exceções), a gente dependia do gravador de K7 para ouvir coisas boas. Em Brasília, anos 80s, era assim. Quando algum colega aparecia com um disco diferente, digamos o novo Shriekback, todos migravam para a casa do sujeito, com um cassete na mão para gravar.

Gravar fitas para os outros era, para mim, um prazer. Mostrar coisas novas, compartilhar a arte que te move, esperando encontrar eco nos outros. Fazia muito isso. Se me perguntarem qual o disco que mais reproduzi em K7 para amigos, respondo de pronto: Collosal Youth, do Young Marble Giants, lançado em 1980 pelo selo independente Rough Trade.


Essa constatação não é nem um pouco óbvia. O YMG era um trio vindo do País de Gales. Não tinham baterista, usavam batidas gravadas. A música não se encaixava nos moldes já diversificados do punk, pós-punk e new wave. Era calma, quase de churrascaria – mas uma churrascaria inteligente, plugada no contexto global da época. E caiu no gosto do pessoal daqui de Brasília e de outros, como o Kurt Cobain, que citou como sua banda favorita. Hole, da Yoko Ono, ops, quer dizer da Courtney Love chegou até a gravar uma versão de Credit in the Straight World, uma das diversas faixas do Collosal Youth.



O núcleo do YMG eram os irmãos Phill e Suart Moxham, os instrumentistas da banda. Mas essencial para o som único da banda foi seu primo Peter Joyce, que montava e customizava sintetizadores, com o objetivo de soarem como Eno e Kraftwerk. Complementando as guitarras (uma Rickenbaker 425) e o sempre presente baixo e tecladinhos, a voz suave da Alison Statton. Se você entrar no Wikipédia da cantora, logo no primeiro parágrafo, vai ficar sabendo que os fãs dela incluíam Curt Cobain, a Courtney e Renato Russo (isso no site em inglês!).


Young Marble Giants teve somente dois lançamentos, o já mencionado e perfeito LP, e um compacto, objeto deste posto, chamado Test Card EP. Quando vemos o prefixo “ep” num compacto, entendemos que tem mais de uma música por lado, é curto para “extra play”. No caso do Test Card EP, o YMG nos brinda com seis, três de cada lado.

Esse disco foi gravado após a turnê americana, ao lado de Cabaret Voltaire (que show deve ter sido esse!), quando a Allison saiu da banda. Os irmãos, então, gravaram um último lançamento com essas seis músicas, que, na minha opinião é uma das melhores coisas que fizeram.



Para os jovens, acostumados com tv 24 horas, tv a cabo e tv por demanda, saibam que a vida nem sempre era tão diversa. Nos 1980s, tv aberta era a única opção e começava lá pelas 11 da manhã! Quando estava fora do ar, a única imagem era uma figura que os técnicos de transmissão usavam para ajustar a imagem e cores (onde a transmissão era colorida). Essa imagem era chamada de Test Card e está na capa deste compacto.


Lado A:

Click Talk (adoro esse baixo!)

Zebra Trucks (com menos de 2 minutos):


Sporting Life:

Lado B: This Way (post punk música de churrascaria de primeira!)

Posed By Models:


The Clock (acho que muito grupo pós-punk se baseou nessa música como a base de suas composições):



 
 
 

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